segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

A JUSTIÇA E A MULHER DO PADRE

É impressionante como o Poder Judiciário se comporta num total desprezo aos direitos do cidadão.  Apesar dos inúmeros conflitos sociais que merecem a apreciação do judiciário, ele dorme solenemente sem se importar com o acúmulo de problemas que se avolumam cada dia mais em seus arquivos, e não dá a solução que o cidadão busca como última oportunidade de resolver os seus problemas.

E o coitado do advogado é que leva a culpa dessa tremenda falta de cumprimento do dever de justiça, da própria justiça, que aliás, torna essa denominação bastante antagônica quando se chama o Poder Judiciário de justiça. Porque de justiça não tem nada. Se tivesse, seria célere; e não, morosa como é.

Tivemos o recesso do judiciário por um mês; do dia 20 de dezembro, até o dia 20 de janeiro. Louvado recesso, porque esse período é o que o advogado pode tirar como férias. No entanto, quando ele termina, o que mais se espera é que Judiciário entre em atividade a todo vapor. Mas, ao contrário, ele volta ao expediente normal de forma bastante normal; devagar, quase parando.

Isso sem falar que os juízes disputam quase à tapa, quem tira férias em janeiro e em fevereiro para aproveitar o verão e viajar com a santa família para algum lugar paradisíaco. 

Mas sem ir muito longe, o judiciário alcança o carnaval que chega em fevereiro para todos os cidadãos de bem, misturados com os festivos nômades da folia, se tornarem os melhores foliões à procura de suas colombinas.

E coitado do povo brasileiro, já está na merda mesmo, não pode esperar nada melhor. Afinal, aí vem a campanha eleitoral. 

E por falar em campanha eleitoral, o judiciário atualmente também exerce a função política. Ele muda, altera, e cria lei, como se faz no congresso, pois dizem os seus operadores, que o STF pode e deve julgar por interpretação à lei, e preencher as suas lacunas. Com isso, num momento decide que podem prender o réu após julgamento em segundo grau, e noutro momento decide que só podem prender o réu após o transito em julgado. Mas tem outros momentos, que podem prender o réu de acordo com a melhor interpretação de quem o julga.

Triste isso, porque aí vem a semana santa, e o judiciário ainda não engrenou. E após a visita dos reis magos, já estamos terminando o primeiro semestre do ano. Mas tem o segundo semestre. E tudo começa novamente, e nada de melhor acontece, o Poder Judiciário adormece, e a nossa justiça padece.

Como bem dizia Talião, se você não conseguir outra solução, a medida mais justa é olho por olho, dente por dente. Mas quem quer uma sociedade assim; violenta, cruel, justiceira e badernizada? E o advogado pondera; tenha esperança, não sofra por antecipação, ingresse no Poder Judiciário e espere um tempão. Pode ser que até lá o direito pereça, a justiça padeça, e o cidadão faleça. 

No meu tempo de infância, quando brincava de pique com as outras crianças no meu querido distrito de São Vicente de Paulo, quando se largava a corrida, se gritava; Salvem-se quem puder! Quem chegar por último é mulher do padre!

Quando penso nisso, chego a pensar também, que a justiça se parece muito com a mulher do padre; chega sempre por último. Salvem-se quem puder!

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